(Do livro “Mentes Perigosas, O Psicopata Mora ao Lado”, de autoria da médica psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva. – Rio de Janeiro: Editora Objetiva Ltda, 2008)
Na primeira orelha do livro, lê-se:
“Os psicopatas são frios, calculistas, insensíveis, inescrupulosos, transgressores de regras sociais e absolutamente livres de constrangimentos ou julgamentos morais internos. Nas diversas esferas do relacionamento humano, eles são capazes de passar por cima de qualquer pessoa apenas para satisfazer seus próprios interesses. Mas, ao contrário do que pensamos, não são considerados loucos, nem mesmo apresentam qualquer tipo de desorientação. Eles sabem exatamente o que estão fazendo e não sofrem nem um pouco com isso.
Podemos dizer que são verdadeiros “predadores sociais”, e às vezes seus atos são tão chocantes que recusamos instintivamente a reconhecer sua existência. Mentes Perigosas nos mostra em linguagem fluida e acessível que são essas pessoas que estão por aí, ao nosso lado, e que desafiam a própria natureza humana. Conhecer essas mentes perversas é a melhor forma de nos proteger dos efeito devastador de sua presença em nossas vidas.”
Nas páginas 170-172, lê-se:
“[...] podemos observar características de psicopatia desde a infância até a vida adulta. Antes dos 18 anos, por uma questão de nomenclatura, o problema é chamado de Transtorno da Conduta. Crianças ou adolescentes que são francos candidatos à psicopatia possuem um padrão repetitivo e persistente que pode ser sintetizado pelas características comportamentais descritas a seguir:
• Mentiras frequentes (às vezes o tempo todo);
• Crueldade com animais, coleguinhas, irmãos etc;
• Condutas desafiadoras às figuras de autoridade (pais, professores etc);
• Impulsividade e irresponsabilidade;
• Baixíssima tolerância à frustração, com acessos de irritabilidade ou fúria quando são contrariados;
• Tendência a culpar os outros por erros cometidos por si mesmos;
• Preocupação excessiva com seus próprios interesses;
• Insensibilidade ou frieza emocional;
• Ausência de culpa ou remorso;
• Falta de empatia ou preocupação pelos sentimentos alheios;
• Falta de constrangimento ou vergonha quando pegos mentindo ou em flagrante;
• Dificuldades em manter amizades;
• Permanência fora de casa até tarde da noite, mesmo com a proibição dos pais. Muitas vezes podem fugir e levar dias sem aparecer em casa;
• Faltas constantes sem justificativas na escola ou no trabalho (quando mais velhos);
• Violação às regras sociais que se constituem em atos de vandalismo como destruição de propriedades alheias ou danos ao património público;
• Participação em fraudes (falsificação de documentos), roubos ou assaltos;
• Sexualidade exacerbada, muitas vezes levando outras crianças ao sexo forçado;
• Introdução precoce no mundo das drogas ou do álcool;
• Nos casos mais graves, podem cometer homicídio.
Vale ressaltar que essas características são apenas genéricas e que o diagnóstico exato só pode ser firmado por especialistas no assunto. Além do mais, o leitor deve atentar para a frequência e a intensidade com as quais essas características se manifestam.”
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