* Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva (Médica Psiquiatra, CRM/RJ 5253226/7 e CRM/SP 113.092-S)
O que é Distimia?
O termo distimia significa etmologicamente "mal-humorado" mas na psiquiatria é a denominação de uma doença. É um tipo de depressão crônica do humor que não ocorre em episódios (é contínua), tem menor gravidade do que as chamadas "depressões maiores" e traz sofrimento e prejuízo significativos para o paciente. São aquelas pessoas que "vivem com uma nuvem negra acima da cabeça" (é normal que eventualmente estejamos mal-humorados ou tristes, mas não sempre!).
Nos EUA estima-se que 3,2% das pessoas ao longo da vida sejam acometidas por esta doença.
Quando começa?
Geralmente inicia-se no final da adolescência, mas pode começar mais tardiamente (depois dos trinta anos) ou na infância.
Do que a pessoa se queixa?
A pessoa se queixa de sensação de cansaço, baixa energia ou fatigabilidade, "depressão", preocupação, insônia ou excesso de sono, aumento ou diminuição do apetite, baixa auto-estima, diminuição da concentração ou indecisão, perda de interesse ou do prazer e desesperança.
Como evolui?
Geralmente começa na adolescência insidiosamente e permanece de forma crônica, não tendendo a remitir espontaneamente. A intensidade dos sintomas pode oscilar, e pode haver períodos curtos de remissão dos sintomas.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é essencialmente clínico (exame psíquico e história da doença), isto é, não há exames laboratoriais que possam auxiliar. Obviamente, como na maioria das doenças psiquiátricas, por ser um diagnóstico de exclusão, devem ser pesquisadas doenças clínicas que podem causar síndromes depressivas.
O humor deve ser deprimido na maior parte do dia, com mais dias de humor deprimido do que sem, por um período de pelo menos dois anos. Em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável e a duração de pelo menos um ano.
É muito comum que as pessoas com esta doença procurem outros especialistas com queixas físicas como dificuldade para dormir, dores e fadiga, não valorizando os sintomas relacionados mais diretamente com a tristeza, pois pensam que isto é normal, já que sempre tiveram este comportamento ou "personalidade" e pensam que isto não é algo tratável.
Existe tratamento? Como fazer?
Sim. Sabe-se que o uso de antidepressivos é capaz de eliminar os sintomas distímicos.
A psicoterapia também é útil como adjuvante no tratamento.
É de vital importância esclarecer ao paciente que, como em todo o tratamento com antidepressivos, há um tempo de latência de 2 a 8 semanas para que se percebam os efeitos benéficos, pois o abandono do tratamento é muito comum já que caracteristicamente o paciente tende a ser descrente e desconfiar da possibilidade de melhora ou cura.
O tratamento é por toda vida?
Não. A partir do momento em que há melhora completa dos sintomas recomenda-se continuidade do tratamento por um período de um a dois anos para prevenir possíveis recaídas.
Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva
Médica graduada pela UERJ com pós-graduação em psiquiatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora Honoris Causa pela UniFMU (SP) e Presidente da AEDDA – Associação dos Estudos do Distúrbio do Déficit de Atenção (SP). Diretora técnica das clínicas Medicina do Comportamento do Rio de Janeiro e em São Paulo, onde faz atendimento aos pacientes e supervisão dos profissionais de sua equipe. Escritora, realiza palestras, conferências, consultorias e entrevistas nos diversos meios de comunicação, sobre variados temas do comportamento humano.
Livros Publicados:
Mentes Inquietas - TDAH: Desatenção, hiperatividade e impulsividade [Publicação revista e ampliada]
Mentes e Manias: TOC: Transtorno Obsessivo-compulsivo [Publicação revista e ampliada]
Sorria, você está sendo filmado (em parceria com o publicitário Eduardo Mello)
Mentes Inquietas: Compreender o distúrbio do défice de atenção (DDA) // Editado em Portugal
Mentes Insaciáveis: Anorexia, bulimia e compulsão alimentar
Mentes com Medo: Da compreensão à superação
Mentes Perigosas: O psicopata mora ao lado
Bullying: Mentes perigosas nas escolas
Mentes Peligrosas: Un psicópata vive al lado // Editado na Argentina
Mentes Peligrosas: Un psicópata vive al lado // Editado no México
E-mail: anabeatriz@medicinadocomportamento.com.br
Fonte: Site Medicina do Comportamento – Clique aqui para conferir esta matéria
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